quarta-feira, 30 de maio de 2007

Dança do Ventre Brasileira

Como é costume dizer-se, a pedido de muitas famílias, apresento-vos o filme do espectáculo de dança do ventre, interpretado diariamente por uma bailarina brasileira, num dos restaurantes do Hotel Sheraton, em Argel:

(Parem a música no player aqui à direita.)

Bailarina: Jessica

Claro que a influência do samba tinha que estar presente.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Notre Dame d'Afrique

Ainda no rescaldo da viagem à Argélia, aqui fica mais um registo.

Depois da visita à Casbah, almoçámos e rumámos em direcção à Notre Dame d'Afrique.
Não sabíamos muito bem como lá chegar, mas usamos a catedral como ponto de referência para nos irmos aproximando.
O dia estava fenomenal e fizemos a viagem pela marginal. Pelo caminho passamos por várias casas coloniais, construídas nos locais mais incríveis, em cima de formações rochosas que invadiam o mar.


À passagem por uma mesquita pedimos direcções e lá conseguimos chegar ao destino. Faltava ainda cerca de 1 hora para a abertura, bastante tempo para apreciar a vista.



A Catedral de Notre-Dame d'Afrique, construída em (1858-1872) numa mistura dos estilos românico e bizantino, está situada nas colinas Bouzareah, com vista para o mar, a 3 km ao Norte da cidade. Por cima do altar encontra-se uma estátua da Virgem Maria, representada como uma mulher negra. Contém igualmente uma estátua de prata maciça do Arcanjo Miguel, que pertence à confraria de pescadores napolitanos.
(Fonte: Wikipédia)


quarta-feira, 23 de maio de 2007

segunda-feira, 21 de maio de 2007

La Casbah d'Alger (Parte II)

Depois da mesquita, lá continuamos a "viagem" de beco em beco, e escadaria em escadaria. Eis que, ao dobrar uma esquina o guia encontra uma senhora amiga, que dizia ser uma Berber. Uma troca rápida de palavras em árabe e somos convidados a entrar na casa dela, mesmo ali ao lado.
Era uma casa muito humilde, sem qualquer luxo, com um pequeno pátio central que lhe dava uma frescura incrível naquele dia de calor. Subimos meio aninhados por umas escadas muito estreitas até ao terraço, e deparamo-nos com uma vista que espero recordar por muito tempo.




Mais uma sessão fotográfica e continuamos a visita, sempre a descer em direcção ao mar.
Já quando nos aproximávamos da base da Casbah, somos convidados a visitar um mausoléu turco. Aqui as pessoas vinham pedir para si, ou para os seus, saúde, fortuna, ou sucesso.
Lá dentro encontramos uma sala abafada, com o chão coberto por tapetes, as paredes recheadas de quadros e placas com pequenas inscrições em árabe, e o tecto carregado de candeeiros de pêndulos de vidro, ou cristal. Tudo oferecido pelas pessoas que tinham visto os seus pedidos satisfeitos.

A sala, não muito grande, estava praticamente repleta. As mulheres encontravam-se em maioria e estavam todas num dos lados da sala. Os homens, do outro lado, entoavam uma espécie de mantra, ditado por um jovem que dava o mote a partir do livro que segurava.
Entretanto, entram duas mulheres em vestes típicas com uma rapariga mais nova. "Estas mulheres vêm pedir para a jovem passar nos exames da escola.", diz-nos o guia.
Estivemos lá dentro poucos minutos. Mal entramos todos olharam imediatamente para nós como se viéssemos doutro planeta.
Confesso que ao fim de pouco tempo já estava a ficar afectado por todo aquele ambiente, muito devido ao mantra que ecoava repetidamente.
Sair dali deu-me um certo alívio.
Questionamos o guia sobre quanto tempo aqueles homens passavam ali. Respondeu-nos: "Todo o dia."


Este episódio inflamou um turbilhão de ideias na minha mente:
Ali a religião é levada muito a sério. Foi por isso fácil de compreender como é possível controlar as massas através dela.
Sim, concordo que a religião muçulmana, com todas as suas regras e devoção dos seus seguidores, pode ser utilizada como forma de manipulação.
Mas situações semelhantes ocorrem em países ocidentais mais desenvolvidos. Por exemplo, a forma como os americanos conseguem mobilizar milhares de jovens para se alistarem voluntariamente no exército, utilizando elaborados esquemas publicitários, sustentados por toda uma cultura nacionalista pró-guerra.
No fundo, tratam-se apenas de diferentes tipos de informação. O Homem precisa de informação para viver e, se esta pode ser manipulada, também ele o será.
De uma forma abstracta, tanto a religião, como os anúncios do exército americano, podem ser consideradas formas indutórias de opinião.


Ainda com a tempestade de ideias em fase de abrandamento, seguimos viagem em direcção à zona do comércio.
Entramos então numa rua larga, ladeada de edifícios coloniais, construídos pelos franceses para esconder a Casbah.
Passeamos ao longo das várias ruas comerciais, e terminamos a visita junto a uma enorme e imponente mesquita.



domingo, 20 de maio de 2007

La Casbah d'Alger (Parte I)

Visitar a Casbah de Argel foi uma verdadeira experiência e o ponto alto da minha estadia na Argélia.

Património mundial da UNESCO desde 1992, a Casbah é um tipo único de medina, ou cidade Islâmica. Construída numa das melhores localizações costeiras do Mediterrâneo, contém vestígios da cidadela, antigas mesquitas e palácios, bem como vestígios de uma tradicional estrutura urbana, associada com um sentido profundo e enraizado de comunidade.

Deixamos o carro no topo do labirinto e fomos procurar o guia, já "conhecido" do meu colega de trabalho.
Após alguma discussão para chegar a acordo quanto aos seus honorários, lá decidi abrir os cordões à bolsa para desembolsar 1500DZD (apróx. 15€). Estava um pouco impaciente, pois queria aproveitar o dia que estava excelente e não tinha vontade de entrar em "filmes marroquinos".
Resolvida a questão lá iniciamos a descida pelos pitorescos becos estreitos. E assim começou uma verdadeira viagem pelo mundo muçulmano, que só terminou já junto ao mar.


Após séculos de história e domínios de diferentes povos, hoje jazem sob a Casbah as ruínas de uma antiga cidadela. As casas, muito antigas e degradadas, construídas muito próximas, agora apoiam-se umas nas outras.


Gatos por todo o lado, crianças a brincar, uma ou outra ruela suja e nauseabunda, paredes brancas, becos estreitos, pequenos túneis, fontes, lojas-oficinas de artesãos, estreitas escadarias e miradouros para o Mediterrâneo, é o que se pode encontrar ao longo deste labirinto.





O guia ia falando orgulhoso da história da Casbah e ao passarmos por uma pequena mesquita perguntei se podíamos entrar. Perguntou-nos então se bebíamos álcool. Como não bebo há alguns meses, disse que não e lá entrei com ele.
A mesquita consistia numa sala ampla, com uma pequena reentrância na parede virada para Meca, e uma alcatifa verde com um padrão muito simples, de linhas e pequenos triângulos negros. Ainda na porta tiramos o calçado, que logo em seguida fomos deixar numas prateleiras metálicas, numa das paredes laterais da sala. Mesmo ao lado havia uma porta para um átrio com um repuxo ao centro. E, em toda a volta do átrio, existiam pequenas torneiras para os devotos se lavarem antes da oração.


Ainda dentro da mesquita, o guia deu-me uma verdadeira aula sobre a religião muçulmana. Acima de tudo, disse que actualmente é uma religião perseguida pelos países ocidentais, apesar de defender o direito à diferença, respeito pelos outros e amor ao próximo. Princípios muito semelhantes aos da religião católica.
Mas, infelizmente existem alguns grupos extremistas, que são a imagem de referência de toda uma religião no mundo. Passou-me um pouco a ideia de que se sentem impotentes perante toda esta situação.
Explicou-me também que os pequenos triângulos no padrão da alcatifa, serviam para marcar a colocação dos pés de cada um, virados na direcção de Meca. Falava com orgulho e emoção. Por momentos fez-me sentir a dor de um povo, que é crucificado diariamente nos poderosos media internacionais.

domingo, 13 de maio de 2007

Paz, Peace, Paix, Frieden, Pace, 和平, ...












All pictures downloaded from the Internet.
To all authors, thank you. ;)

Viagens (reeditado)

Quando se passa muito tempo a viajar, consegue-se realmente parar para pensar. De repente colocámos a nossa vida quotidiana em pausa, para a podermos analisar sem termos que nos preocupar com a continuidade da rotina. Projectos, relações, família, amizades, tudo nos vem ao pensamento. Consegue-se até, por vezes, muito mais do que analisar a nossa vida, analisarmo-nos a nós próprios e o porquê das nossas opções.
Em Moçambique, devido a todas as diferenças no modo de estar, condições de vida, clima, hábitos, cultura e filosofias que encontrei, consegui ter uma amostra do que seria uma viagem ao “eu”. Mas em nada comparável ao que me tem acontecido aqui na Argélia. Acredito que terá sido a combinação de vários factores que acabou por se tornar algo explosiva.
Não sei o que sentirão outras pessoas, que direccionam grande parte das suas energias para tentar conhecer um pouco mais deste grão de areia no Universo, que é o planeta Terra. Agora, sei bem o que eu tenho sentido nestes últimos dias.
Já passei por muito, estive em locais completamente distintos, conheci e falei com muita gente de vários povos e de todos os estratos da sociedade. Se todos somos o que vivemos, então já tive a oportunidade de absorver uma enorme variedade de experiências e opiniões.
Querer conhecer outras culturas, foi algo que sempre me atraiu em todas as viagens que fiz. O cenário em que nascemos influencia para sempre a nossa personalidade. Se nascesse num país muçulmano, o mais provável seria ser seriamente devoto à religião. Assim como, se nascesse na Índia teria uma infinidade de deuses tão grande para adorar, que hoje precisaria talvez, de anos de estudo para conhecer o profundo significado de cada um. Ou então, se nascesse nos Estados Unidos, talvez adorasse o BigMac, a Pepsi, ou a Coca-cola, enquanto assistia na CNN à chegada dos meus compatriotas a mais um palco de guerra. Tal não aconteceu assim, e sendo qualquer ser humano feito da mesma matéria, nenhum poderá julgar outro sem tentar primeiro conhecê-lo, enquadrando o seu passado e meio em que cresceu.
Graças ao meu espírito de abertura, por vezes surreal, acabei no passado fim-de-semana por me ver mergulhado na religião muçulmana. Acabou por se tornar numa experiência avassaladora, que ainda estou a assimilar. Sempre que regresso de uma viagem encontro o meu país diferente, quando na realidade quem mudou fui eu. Sinto que desta vez a metamorfose foi grande. Tanto que já me apercebo dela e ainda nem as malas fiz para regressar.
Na verdade, quando se abre o espírito, libertando-o de preconceitos e estereótipos, para tentar conhecer uma cultura diferente, devemos estar preparados para reavaliar no final os nossos próprios valores. Fui educado segundo os parâmetros de uma cultura ocidental, e dessa educação, na qual os meus pais tiveram um papel fundamental, resultaram uma série de valores pelos quais me rejo diariamente. Claro que hoje estes valores já foram por mim moldados, fruto das minhas vivências, dificuldades e preferências. Mas, sejam quais forem esses valores, gosto que outros os respeitem, assim como eu tento respeitar outros também.
Até ao fim-de-semana passado, desconhecia quase completamente a religião muçulmana e tudo o que a envolve. Hoje, ainda não posso dizer que a conheço, mas já tenho uma ideia presente, e não um estereótipo que os media decidiram dar-me a conhecer. Infelizmente, e esta é a minha humilde opinião, actualmente existe uma certa confiança cega nos meios de comunicação ocidentais, e ninguém se questiona da verdadeira qualidade da informação que consumimos. Deixo no ar uma pergunta: Será que as notícias são as mesmas para todas as culturas?
Sem dúvida que o que nos toca mais na vida são as pessoas, e não é preciso correr o mundo para que tal aconteça. Há alturas na vida de mudança e eu estou a atravessar uma delas. Tudo provocado por um conjunto de pessoas, completamente distintas, com quem tive a oportunidade de conviver nos últimos meses, aliado ao facto de estar num país com uma religião diferente, cuja ocupa um lugar de peso na organização da sociedade. Esta mudança acabou também por afectar aquilo a que me proponho partilhar neste blog.
Ora não podendo a obra ser dissociada do autor e da sua realidade, não pode também um pequeno texto ser interpretado como um todo. Poderia retirar do meu bloco de notas uma infinidade de passagens, escritas em momentos completamente distintos, que por um ou outro motivo decidi imortalizar. Mas tal não faria sentido pois tais passagens estariam desprovidas de contexto. Pelo contrário, quis antes tornar este blog numa espécie de apêndice do meu bloco de notas. Desta forma, acredito conseguir dar outra dimensão e enquadramento às experiências que vou relatando.
Afinal o que sentirá um grande escritor ao reler a sua obra-prima passado algum tempo? Será que nesse momento a escreveria da mesma forma? Tenho a certeza que não. Bem ou mal, escrevo embalado pelo momento. E sim, tento sempre passar uma mensagem. Mas será essa mensagem generalizada? Ou direccionada? Levantar esta dúvida não foi nunca, nem será o objectivo das minhas palavras. O espírito de cada um decidirá o que absorver e cada ciberleitor terá a sua própria interpretação do que lê.
Lógico que quem me conhece poderá dar outro enquadramento ao que escrevo. Mas o objectivo da minha escrita é dar outro significado ao pragmatismo, tentando despertar o lado B de cada um. Pois sou criativo, sonhador, romântico, visionário e muitas vezes nada racional.
Mas não farão o sonho e a irracionalidade também parte das nossas vidas? Qual é o tema das músicas que teimam em tocar incansavelmente nas rádios de todo o mundo? Será esse tema racional? Será ele apenas sentido, percepcionado, sei lá... pelo autor de cada música? Ou será cada um de nós capaz de o sentir, nem que seja pelo menos uma vez na vida? Quem nunca sentiu algo que não tivesse explicação, que pudesse mudar de tal forma o seu estado de espírito, ao ponto de fazer soar qualquer simples melodia como uma sinfonia, ou tornar um dia de chuva num dia absolutamente perfeito?
A espontaneidade é a genuinidade da vida, basta apreciar uma criança. Eu não tenho jeito para jogos de cinismo, aparências, ou status, e por isso já perdi muito. Ou será que não mantive antes a minha integridade?
Das coisas que mais aprecio na vida é ver as pessoas dançar. Desde os primórdios dos tempos que civilizações antigas utilizam rituais de dança para se libertarem e atingirem estados superiores de consciência. Basta ouvir a nossa música preferida para nos apercebermos do poder que ela tem. Estas civilizações viviam em contacto permanente com a natureza e em harmonia com a mesma. Hoje parece que as pessoas se esquecem de onde estão.
NÓS ESTAMOS EM CIMA DE UMA MINÚSCULA MOLÉCULA DE ALGO GIGANTESCO, CHAMADO UNIVERSO.
Pensar nisto dá-nos uma dimensão completamente diferente dos nossos problemas. Temos um poder inacreditável que desperdiçamos a cada segundo que passa, mas isto é outra história...
Começando e acabando nos sentimentos, existem tantas coisas neste mundo que ninguém consegue explicar. Mas vamos deixar a ignorância negar o que é evidente? Infelizmente, com o desenvolvimento das sociedades ocidentais e a complexidade das relações que enfrentamos diariamente, de uma forma geral, hoje paira no ar um medo generalizado de cada um ser simplesmente como é.
Depois de ter publicado alguns dos últimos posts com conteúdo mais “pessoal”, chegaram até mim diferentes reacções. Resolvi então dar esta achega mais “pés na terra”, para lançar ainda mais dúvidas para o ar!
Certamente que, tendo eventualmente sido meu objectivo endereçar alguma mensagem por aqui deixada antes, o farei inequivocamente em momento oportuno. Não o tendo feito já, não gostaria que tal fosse assumido como um dogma, mas sim como um estímulo à imaginação de qualquer transeunte cibernauta que por aqui passe.
Não sei como será o dia de amanhã, mas uma certeza fica porém, depois dos comentários anónimos que foram já deixados no Life Trips, que exprimem opiniões estereotipadas e preconceituosas, as quais recuso aprovar por serem destrutivas, irei continuar a escrever sobre este tuga à descoberta de novos mundos, novos povos, novos horizontes. Através dos meus testemunhos continuarei a tentar mostrar outros pontos de vista, para além daqueles que nos são dados a conhecer através dos media ocidentais.
Bons ou maus, já haverá quem frequente assiduamente estes caracteres. Ou não falassem por si mesmas as visitas ao Life Trips.
Paz.

sábado, 12 de maio de 2007

Monumento dos Mártires

Ultimamente o tempo tem estado fabuloso e cada dia que passa a temperatura tende a subir. Agora são raros os dias em que se consegue avistar uma nuvem no céu, característica do clima Mediterrânico.

Quinta-feira passada visitei o imponente Monumento dos Mártires, localizado no topo de uma das colinas de Argel. Pelo caminho fui tirando algumas fotos panorâmicas sobre a cidade, construída numa enorme encosta voltada para o mar. Argel é também conhecida como a cidade branca, dá para perceber porquê nas fotos.




O Monumento dos Mártires foi construído em homenagem aos heróis da independência da Argélia, após esta se ter tornado independente da França, a 5 de Julho de 1962. Dada a importância do seu simbolismo, é tradição que qualquer figura de estado estrangeira que visite o país, coloque uma coroa de flores no túmulo que existe no monumento. Este túmulo é dedicado aos mártires, conhecidos e desconhecidos, da Argélia, que perderam a vida na luta pela independência, que se arrastou por mais de 130 anos. De facto, este monumento é um símbolo da nação e povo argelinos.



Mesmo ao lado do monumento decorria um evento, que parecia tratar-se de uma exposição com música ao vivo.




quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mix argelino

A bandeira,

... a cultura,

... a língua,

... os produtos nacionais (1EUR = 94,33DZD),

... e a capital à noite.

domingo, 6 de maio de 2007

Sidi Fredj

Por estes lados os fins-de-semana são às Quintas e Sextas.
Foi uma verdadeira confusão gerir esta situação quando cá cheguei.
A verdade é que no fim de tudo não me afecta muito, já que tenho trabalhado todos os santos dias.
Só desanuviei mesmo no 1º de Maio.

E no Domingo, ou melhor, na Sexta-feira depois do trabalho lá fui dar uma voltita.
Sim, embora esteja no Sheraton devo admitir que já estava farto. O hotel tem vários restaurantes e nenhum deles é digno de referência.
Assim, para além do quarto excelente, a única coisa que faço por lá é frequentar o ginásio e a piscina.
Se ficar cá mais tempo do que o previsto vou ficar com um "cortiço" daqueles! Depois também já posso colocar uma foto dos meus abdominais no Hi5!!!

O meu colega de trabalho, que já vai conhecendo a cidade, levou-me então até Sidi Fredj.
É uma pequena localidade na parte oeste de Argel, junto ao mar, com uma pequena marina e casas do tempo do colonialismo francês.
Foi aqui que os franceses desembarcaram as suas tropas em 1830 para colonizar a Argélia. Em 1943, as Forças Aliadas usaram novamente Sidi Fredj na campanha de libertação do Norte de África, durante a 2ª Guerra Mundial.
Por aqui também existe um complexo turístico e, dizem, um teatro ao ar livre.



Jantamos por lá num restaurante muito típico.
Se há coisa que estes povos sabem fazer é "criar ambiente".
O restaurante tinha uma sala central, com os tradicionais bancos corridos a toda a volta, enormes tapetes, e mesas com tampos de travessas de latão trabalhadas à mão.



Para além desta sala, existiam mais 3 salinhas, também exímiamante decoradas, e uma quarta com um balcão central.



O local cativou-me e por isso resolvi renunciar ao vegetarianismo para provar a cozinha local.
Escolhemos um Brick tunisienne que, embora fritos não sejam o meu forte, não desgostei de todo.


Quanto ao prato principal, para não fugir à regra, sempre que resolvo deixar "os verdes" de lado tenho uma desilusão.
Ainda a pensar nas saborosas tadjines que comi em Marrocos, escolhi uma Tadjine d'agneau.
Estava tão boa que nem ponho aqui a foto!
Até fritaram as batatas! Enfim... Acho que neste restaurante ainda não descobriram o sabor da comida cozinhada no forno.
O meu colega pediu um Couscous au poulet, que devo dizer estava excelente.
Deste prato já ponho a foto:


Para rematar aquele ambiente todo, só faltava mesmo uma chicha para acompanhar o habitual thé à la menthe.
Mas ainda não foi desta que consegui experimentar uma chicha argelina.
Este cenário todo tem alimentado a vontade de voltar a Marrocos. Grandes férias...

No regresso ao hotel fomos parados em dois controlos policiais.
Há polícia por todo o lado a vigiar o trânsito nas estradas, inclusive na auto-estrada.
O procedimento para nos aproximar-mos de uma barreira policial à noite é, desligar os médios, acender a luz interior e colocar as duas mãos no volante.
Pediram-nos os documentos e mal se aperceberam que éramos portugueses todo o clima de tensão desapareceu:
"- Figo! Deco!"
"- Ronaldo!"
Serviço público além fronteiras!