domingo, 25 de fevereiro de 2007

Praia da Macaneta

Fiquei mais uma semana a trabalhar em Moçambique e no fim-de-semana lá consegui dar o meu mergulho no Índico.
Na verdade foram vários e não apenas um!
Sabia de antemão que a água era quente, mas nunca pensei que fosse tanto.
Depois de anos a mergulhar no Atlântico, nunca poderia imaginar que fosse possível a água de um oceano ser tão quente.
Andei enganadinho este tempo todo!
Entrava e saía da água sem sentir diferença de temperatura. Inacreditável.

Não há dúvidas de que Moçambique tem um potencial enorme para o turismo.
Povo acolhedor, clima quente, praias fenomenais e boa cozinha. Que mais se pode desejar para passar umas boas férias?

Estive na praia da Macaneta, em Marracuene, a cerca de 40Kms de Maputo.
Ali o mar namora uma lagoa, separados por um areal que se estende a perder de vista.



Na segunda ronda de mergulhos fui praticamente expulso da água por um pequeno ser.
Estava eu todo entusiasmado a iniciar a segunda ronda de mergulhos quando sinto uma comichão no braço esquerdo.
Com um reflexo automático sacudi algo azul gelatinoso, com uma espécie de cordão umbilical, que se prendia à minha pele.
Saí imediatamente da água e a comichão continuava, mas mais intensa.
Logo depois venho a saber que se tratava de uma espécie de pequenas alforrecas, apelidadas de garrafas azuis.
A "picada" não era grave e acalmei a comichão com um pouco de vinagre, a conselho do empregado de balcão do restaurante local.
Ao fim de meia hora o ardor já tinha passado completamente, ficando apenas uma pequena marca avermelhada.
Aqui fica a foto de um espécimen:

Claro que não tive coragem de voltar à água.
Mas as praias do Índico entraram directamente para o meu Top Beach.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Kruger Park

Sendo provavelmente este o meu último fim-de-semana em Moçambique, tinha planeado uma despedida em grande.
Ilha de Inhaca no Sábado e Kruger Park no Domingo.

Sábado de manhã estava de chuva e decidi não arriscar, acabando por ficar em Maputo.
Como é habitual em África o tempo à tarde voltou ao normal, e ficou novamente calor, muito calor!
Todos os que conheço por estas bandas tinham ido passar o fim-de-semana ao Bilene e por isso estava por minha conta.
Almocei à beira mar no Sagres, depois regateei uns DVD's na rua para me entreter durante a tarde, fui até à piscina, jantei no Mundo's e fui beber umas tónicas ao África bar.

Domingo bem cedo lá estava o meu guia à espera no Hotel, para me levar até à África do Sul a conhecer o Kruger Park.

O Parque Nacional Kruger é a maior área de conservação de fauna bravia da África do Sul, cobrindo cerca de 20 000 km2. Está localizado no nordeste do país, nas províncias de Mpumalanga e Limpopo e fazendo fronteira com os distritos moçambicanos de Moamba e Magude, na província de Maputo e Massingir e Chicualacuala na província de Gaza.
Tem uma extensão de cerca de 350 km de norte a sul e 60 km de leste a oeste.
Juntamente com o Parque Nacional do Limpopo, em Moçambique, e com o Parque Nacional Gonarezhou, no Zimbabwe, forma a Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo.
O Parque Nacional Kruger faz parte da Reserva da Biosfera Kruger-Canyons.
(Origem: Wikipédia)
(Mais informações em: http://www.sanparks.org/parks/kruger/)



Já tinha visto a maioria dos animais quando era mais novo no jardim zoológico.
Mas vê-los sem cercas e vedações no seu habitat natural foi indescritível.

Girafas


Consegui realmente relaxar e esquecer todas as preocupações "impostas" pela sociedade, até ao ponto de me reconhecer como animal que sou, em pé de igualdade com os outros animais que ia encontrando, lutando pela sobrevivência.
Foi um dia inesquecível que me tocou profundamente, recarregou de energia e realçou a magia da Vida.
É por estas, e por outras, que tento ser vegetariano.

Impalas (imensas)


Não foi difícil encontrar os animais, já que abundam um pouco por todo o parque.
Eis os que consegui ver: girafas, rinocerontes, uma tartaruga, impalas, javalis, gnus, zebras, crocodilos, babuínos, elefantes, abutres, cudos, rolas, cegonhas, patos marrecos, morcegos, escaravelhos, esquilos, avestruzes e várias espécies de pássaros coloridos.
Só faltaram mesmo os búfalos, leões, hienas e leopardos. Talvez noutra oportunidade!

Rinoceronte branco


Hipopótamos


O ponto alto do safari foi quando uma manada de elefantes atravessou a estrada, mesmo à nossa volta!
Memorável...


Elefante africano


Morcegos (cobertura da esplanada, na zona de repouso onde almocei)


Deixo aqui o link para uma crónica perfeita sobre o Kruger, doutro tuga que por lá passou:
http://cronicasmaputo.blogspot.com/2005/04/kruger-park.html

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A Mansão

Estou sem inspiração!
Ando sempre a mil e cheio de imaginação, mas a verdade é que não encontro nada de especial para contar.
Posso sempre falar sobre trabalho, que tem corrido melhor do que eu previa inicialmente, e por isso estou bastante satisfeito. Ou então, enquanto a musa não aparece para me ajudar, posso mostrar-vos a minha mansão:


Viver num hotel até tem as suas vantagens.
Pequeno-almoço farto, quarto arrumadinho, vista para o mar...
Quanto à piscina, só de pensar até fico doente.
Só lá fui duas vezes e já cá estou à mais de duas semanas!
Se pelo menos tivesse luz à noite, sempre dava umas braçadas. Sim, porque à noite continua a fazer bastante calor.

Nos entretantos vou fazendo planos para o próximo fim-de-semana.
As opções são:
- Kruger Park: conhecer os famosos animais africanos;
- Bilene: praia;
- Ilha de Inhaca: praia.

A escolha não está fácil!

domingo, 11 de fevereiro de 2007

3, 2, 1, Contact!

A cultura portuguesa está fortemente enraizada em Moçambique.
Ainda é cedo para ter uma percepção pessoal sobre a opinião dos moçambicanos em relação aos portugueses.
Mas a verdade é que tenho encontrado bastantes portugueses que por aqui ficaram a viver.

Grande parte, ou mesmo a maioria, da hotelaria em Maputo é de portugueses.
Encontram-se todos os nossos pratos tradicionais, mais os moçambicanos é claro.
No desporto os "três grandes": FCP, SCP e SLB (ordem completamente aleatória), são seguidos atentamente, da mesma forma que os portugueses o fazem.

Várias empresas lusas continuam a apostar neste mercado e cada vez mais jovens portugueses se mudam para cá de malas e bagagens.

Exemplo disso são os ex-contactos que se estabeleceram por cá. (www.networkcontacto.com)
Por motivos profissionais, propostas irrecusáveis ou pelo amor à terra, inegável é a presença deles por cá.

Conheci alguns "ex" e novos contactos neste fim-de-semana.

Depois de um jantar no Waterfront fomos para uma festa na praia.
Quando chegamos estava vazia, mas depois da meia-noite parecia prometer. Até que começou a chover a potes!
Já durante o jantar os relâmpagos ameaçavam ao longe.

Nem imaginam como é a trovoada por estas bandas. Ainda para mais nesta época das chuvas.
Imaginem sucessivos clarões de relâmpagos à vossa volta durante 30 minutos e terão uma pequena ideia.

Molhados que nem pintos, lá rumamos para... a Coconuts!

Desta vez não havia espectáculo, mas a discoteca estava demasiado vazia para o meu gosto.
Ainda assim deu para ver algumas bundas africanas a abanar!

Festa na praia - panorama à chegada.
Acreditem que até acabou por se compor um pouco.

Coconuts Live


Hoje à tarde

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Chapa

Moçambique tem entre 18 e 20 milhões de habitantes, dos quais 4 milhões vivem em Maputo.
Grande parte da população refugiou-se na cidade pela altura da guerra, por aqui ficando em casas improvisadas ao estilo das favelas brasileiras.

Os transportes públicos são praticamente inexistentes e o meio de transporte mais utilizado é o "Chapa".
Ainda não percebi muito bem que tipo de veículo é considerado chapa!
Sim, porque afinal de contas qualquer veículo com mais algum espacinho livre serve para levar mais "uns quantos".
As Toyota Hiace reinam e proliferam como cogumelos.
Normalmente têm percursos pré-definidos indicados nos vidros e uma viagem custa entre 7,50MT e 10MT ( 1€ = 33MT - Meticais).
A seguir às Toyota Hiace existem também carrinhas de maior dimensão, que parecem ser autocarros, e os chapas de caixa aberta.

Se acham que os tugas conduzem mal, deviam ver os moçambicanos.
Então os condutores dos chapa...
Aqui é mesmo preciso tê-los no sítio para conduzir.
Ultrapassagens loucas são banais. Passa o que tiver mais convicção e conseguir que o outro abrande, ou desvie.

Apesar de tudo e por incrível que pareça, ainda só vi um acidente.
É obra!



terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Namaacha

Domingo passado fui até Namaacha, junto à fronteira com a Suazilândia.
Viagem proporcionada pelos colegas de trabalho aqui em Maputo, que têm sido excelentes anfitriões.

Nunca comi tanta fruta variada, e com tanta qualidade, como aqui em Moçambique.
Fruta fresca e doce tem sido uma constante em todas as refeições, incluindo ao pequeno-almoço.

Namaacha é uma pequena povoação onde a população parece viver do que a terra tem para dar. Aliás, por ali vive-se com melhores condições de vida do que muita gente em Maputo.

Havia árvores carregadas de frutos um pouco por todo o lado.
Um dos colegas da equipa de projecto é brasileiro e deu uma verdadeira aula sobre os frutos que fomos encontrando.

Bandeira de Moçambique

Pelo caminho

Ainda a caminho

Namaacha


Mercado onde compramos cocos.
Bebi água de coco e comi coco natural pela primeira vez!

Bananeira

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O 8º hóspede

Este é o "pequeno" 8º hóspede, que conheci este fim-de-semana no hotel.

Eu calço o nº 42/43!

Rain spider

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Coconuts Live

Entrar pela primeira vez numa discoteca africana foi uma verdadeira experiência.

Tinha muita curiosidade para conhecer a noite africana.
Como seria uma discoteca local, como seria a dança e que tipo de música tocaria, eram o tipo de coisas que tentava imaginar.

Coconuts Live era o nome da discoteca. Não era uma noite normal, já que vários cantores iam actuando ao vivo e todos assistiam aos espectáculos.

Assim que entrei aconteceu algo que nunca esperava.
Depois de uma semana em Moçambique, senti-me como se de um momento para o outro estivesse noutro planeta.
Ali era o centro das atenções, apenas pela cor da minha pele.

Não sei o que outras pessoas terão sentido quando chegaram a países africanos, ou em situações idênticas. Mas sei bem o que senti nesta noite.
Nunca tive qualquer preconceito com pessoas de outras raças, muito pelo contrário, sempre senti atracção e curiosidade.
Mas durante aquelas horas, lembrei-me várias vezes de um colega meu que é negro. Vi-me de repente na pele dele!
Foi uma sensação estranha sentir que era diferente de todos à minha volta. Deu-me uma visão completamente nova do significado da palavra racismo...

Cores à parte, não me falta vontade de lá voltar quando não houver espectáculo, para então poder ver o povo a dançar.

Av. 24 de Julho

Feira no centro de Maputo

Os moçambicanos são piores que os marroquinos a vender. Mesmo chatos!

Artesanato local em frente ao restaurante Sagres


Era uma vez um vegetariano...
Não consegui resistir!

Praia em frente ao restaurante Sagres