terça-feira, 28 de agosto de 2007

Terceira

S. Miguel deu-nos as boas vindas aos Açores, enquanto não embarcávamos para a Terceira, a primeira ilha a descobrir. A fome apertava, demos então um pulo a Ponta Delgada, para experimentar os sabores locais.

Por esta altura, o clima nos Açores apresentava-se quente e húmido, mas bastante ameno. Desde logo, encontramos nas gentes locais uma simpatia natural, que se manteve durante toda a estadia nas várias ilhas.

Almoçamos pelo centro de Ponta Delgada, onde fiz as primeiras fotos:

Portas da cidade

Igreja de São Sebastião, em Ponta Delgada

Barriga cheia, regresso ao aeroporto e voo de cerca de 1 hora até à ilha Terceira.

Ficamos alojados mesmo no centro da cidade de Angra do Heroísmo, ao lado da Câmara Municipal. Nesse dia, pelo final da tarde, houve ainda tempo para subir ao Outeiro da Memória, e vislumbrar a vista sobre a cidade e o vulcão extinto do Monte Brasil. Neste monte, iniciado por volta de 1592 por ordem de Filipe II de Espanha, I de Portugal, encontra-se o Castelo de São Filipe/São João Baptista, que é provavelmente a maior fortaleza construída por Espanha em todo o mundo.

Outeiro da Memória

Angra do Heroísmo e Monte Brasil

No dia seguinte, devidamente munidos do mapa turístico resgatado no aeroporto, iniciamos a descoberta da ilha.

Angra do Heroísmo é referida como “a primeira cidade do novo mundo”, ou por outras palavras, é historicamente a primeira cidade europeia do Atlântico, erguida pelos Descobrimentos, reflectindo a abertura de novos horizontes geográficos e culturais. Por ali respira-se história, mas sobre ela já muita tinta correu. Assim, escrevo antes sobre a minha própria experiência sensorial e empírica, algo que não está nos livros de história, e que poderá também ser interessante nos tempos que correm.

Pormenor das casas, no centro de Angra do Heroísmo

Esperava encontrar nos Açores um refúgio da correria rotineira citadina, ter uma amnésia laboral, e conseguir que a mãe natureza despertasse as minhas verdadeiras raízes, sem fumo, nem stress. Encontrei tudo isso e muito mais...

De paragem em paragem, miradouro em miradouro, a beleza e poder da natureza começaram e revelar-se. Paisagens verdejantes, campos e estradas limitados por muros de pedra ou hortênsias, lagoas, grutas, fumarolas, e... uma constante serenidade apaziguadora, era o que íamos descobrindo.

Furnas do Enxofre (fumarolas)


Lagoa das Patas, ou da Falca

À medida que ia viajando pela ilha, rendia-me à sua beleza, enquanto ela pedia a minha retina em namoro.

Lagoa do Negro

Pormenor da floresta na Lagoa do Negro

No Algar do Carvão, penetramos nas entranhas da ilha, a cerca de 100 metros de profundidade, naquele que é o único vulcão adormecido visitável do planeta. Este foi dos locais que mais gostei de visitar na ilha. Por momentos, viajei no tempo até às aulas de Ciências Naturais, revi a matéria dos “Excelentes” e absorvi a beleza do local, enquanto descia pelo cone vulcânico, até encontrar no fundo uma lagoa de águas cristalinas.

Cone do Algar do Carvão

100 metros de profundidade

Um dos locais mais curiosos que visitamos, foi a Gruta do Natal, gruta de origem vulcânica, formada por correntes de lava, dentro da área protegida da Serra de Santa Bárbara e Mistérios Negros. Ali, há muitos anos atrás, a população pela mão dos Montanheiros (associação local de Espeleologia), iniciou um costume peculiar que se mantém até aos dias de hoje: a Missa de Natal, celebrada no interior da gruta. Este é apenas um dos indícios da religiosidade que envolve o povo açoriano, assim como os "impérios", pequenas capelas coloridas em honra do Espírito Santo, ou as inúmeras igrejas espalhadas por toda a ilha.

Império da Caridade

Igreja de Santa Cruz, na Praia da Vitória

De entre todas as ilhas visitadas, foi na Terceira que encontramos as casas mais coloridas. Casas características são também as americanas, construídas na Base das Lajes. Os americanos instalaram-se "em peso" na Terceira! Construíram bairros típicos, exactamente iguais aos que vemos nos filmes, com as moradias sem vedação e um pequeno jardim à frente. Construíram também escolas e trouxeram, até, os carros americanos, como aquelas imponentes pick-ups à Ranger do Texas. Na Praia da Vitória, muito perto da base, ouvir falar o inglês é quase tão normal como ouvir falar o português.

Praia da Vitória

A ilha não é muito grande e facilmente se chega a qualquer ponto de carro, proporcionando continuamente bonitas paisagens. Para quem gosta de fotografia, os Açores são com certeza um bom local para "disparar". Que o digam os quase 3GB de fotos que eu trouxe!

Nos Biscoitos, nome proveniente das formações rochosas de origem vulcânica que se assemelham a biscoitos, encontramos umas espantosas piscinas naturais, lado a lado com o mar.

Piscinas naturais dos Biscoitos



No momento da despedida da Terceira, rumo ao Faial, depois do "sim", os meus olhos estavam já mais sensíveis à magia da natureza e cheios de curiosidade, mas mal imaginavam a beleza que ainda iriam vislumbrar.

Locais de interesse na ilha Terceira:

- Angra do Heroísmo;
- Monte Brasil;
- Ponta do Queimado;
- Caldeira Guilherme Moniz;
- Algar do Carvão;
- Gruta do Natal;
- Furnas do Enxofre;
- Biscoitos;
- Serra de Santa Bárbara;
- Mistérios Negros;
- Serra do Cume;
- Praia da Vitória.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, colei nas fotos... tenho mesmo q visitar os Açores! Bigada pelas fotos, têm mt de ti.
Beijinho gd