Pico, a montanha mágica
Na visita à ilha do Pico, a busca pela comunhão com a Natureza, direccionou-me para uma viagem até ao topo da montanha mágica que dá o nome à ilha.
Já noite dentro, por volta da 1:30, enquanto o resto da família descansava no Faial para descobrir o Pico durante o dia, eu conhecia o meu guia e companheiros de viagem.
Às 2:00, na encosta da montanha, abandonamos os carros e iniciamos a subida empunhando lanternas.
Formando uma fila indiana de pirilampos, lá fomos furando a escuridão e o orvalho, rumo ao cimo da montanha. O grupo estava bastante animado e a subida passou num ápice. Uns do continente, outros dos açores, e 2 canadianos, que redescobriam as suas raízes açorianas, cruzaram os seus caminhos nesta viagem.
Sem sono, ainda cheio de energia, procurei um local para esperar o nascer do sol, acompanhado pelo guia, com quem tive uma conversa interessantíssima, sobre o escritor e guru espiritual indiano Osho, e sobre filosofias de vida em geral.
Aos poucos, a crescente claridade anunciava que o nascer do sol estaria para breve. Consegui então ver o "piquinho", a última etapa da subida, e também a mais difícil, feita literalmente de gatas.
Com a claridade, o manto branco de nuvens, que rodeava a montanha, tornou-se ainda mais belo.
E, num perfeito cenário de sonho, vimos o sol nascer quando já passavam das 6:00. Que visão... não há palavras, com significado suficientemente grandioso, que consigam descrever a infinita magia da natureza.
Já mais quentes, energisados pelos raios da estrela Sol, iniciámos a subida até ao "piquinho". 2351 metros, é a altura da montanha mais alta de Portugal. Lá em cima, o cenário tinha tanto de mágico como de surreal e, com o calor e o fumo das fumarolas, a montanha dizia-nos que estava viva. "É uma montanha jovem." - disse-me o guia várias vezes durante a viagem.
A visão no cimo da montanha ultrapassou qualquer expectativa que eu pudesse ter criado, extrapolou a recompensa do esforço, e será algo que irei recordar para sempre.
Regressamos ao ponto de partida às 11:30 da manhã, depois de 9h e meia passadas na montanha! Foi das melhores coisas que fiz na vida.
Pelo caminho, encontrei mais um pedaço de mim, e ainda tenho bem vivo o momento em que, durante a descida, antes de passar para baixo do nível das nuvens, tive que me sentar para contemplar a lua, o céu azul celestial, o mar angélico de nuvens, e o verde vivo da montanha. Foi certamente uma experiência transcendente e, cada uma das pessoas do grupo, deverá ter trazido consigo algo diferente da montanha.
Imagens espectaculares ficaram gravadas na minha retina para sempre, associadas a um incrível sentimento de estar vivo. Recomenda-se, com ***** .
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