sexta-feira, 31 de agosto de 2007

S. Miguel

S. Miguel, a maior ilha do arquipélago, foi a última a descobrir.
Lá, encontrei as caldeiras mais espectaculares, vi a terra ferver, provei o famoso cozido das Furnas, visitei o Parque Terra Nostra referenciado internacionalmente, visitei a fábrica do Chá Gorreana, e ainda tive tempo para um pezinho de dança, em plena Lagoa das Sete Cidades.

Depois de ter passado pela Terceira, Faial e Pico, estava completamente avassalado pela beleza destas ilhas.
Assim, pouco haveria para acrescentar ao que escrevi nos últimos posts. Além do mais, as fotos falam por si...

Igreja de S. Pedro, Ponta Delgada

Câmara Municipal de Ponta Delgada

Pormenor duma das portas da igreja matriz de Ponta Delgada



As paisagens de sonho, destas ilhas divinas, não deixam ninguém indiferente.

Pormenor da caldeira do vulcão Sete Cidades

Lagoa das Sete Cidades - lagoa Azul

Lagoa das Sete Cidades - Vista do Rei
A lagoa é composta pelas lagoas Verde e Azul.

O outro lado da Vista do Rei

Lagoa das Sete Cidades

Junto à Lagoa das Sete Cidades

Green Trippin Camp 2007 - Lagoa das Sete Cidades

Cenário fabuloso.

Fui lá parar nas últimas horas da festa.
Estava pouca gente, mas com um ambiente excelente e muita animação.


Não podiam ter escolhido melhor local.

E que tal esta casinha, junto à Lagoa das Sete Cidades?

Lagoa de Santiago

Caldeira Velha

Caldeira Velha

Neste lugar do planeta, presenciamos a expressão máxima da beleza da natureza, e do misticismo do Universo que habitamos.

Lagoa do Fogo

Furnas

Aqui se prepara o famoso cozido das Furnas.

Enterra-se o tacho.

Espera-se 5 a 6 horas e está pronto a comer.

Piscina de água férrea, no Parque Terra Nostra

Pormenor do Parque Terra Nostra

Pormenor do Parque Terra Nostra

Plantações de chá na Gorreana

Folhas de chá a secar, na fábrica de Chá Gorreana.

Não é certamente um destino a desprezar, quando se planeia umas férias limpas de poluição. Além do mais, sempre se fica a conhecer um pouco mais do nosso Portugal.

Locais de interesse na ilha de S. Miguel:

- Ponta Delgada;
- Lagoa do Fogo;
- Hotel e Parque Terra Nostra;
- Gorreana;
- Caldeira Velha;
- Furnas;
- Lagoa das Sete Cidades;
- Vista do Rei;
- Ribeira Grande;
- Ribeira Seca;
- Rabo de Peixe;
- Mosteiros;
- Ferraria.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pico, a montanha mágica

Na visita à ilha do Pico, a busca pela comunhão com a Natureza, direccionou-me para uma viagem até ao topo da montanha mágica que dá o nome à ilha.

Já noite dentro, por volta da 1:30, enquanto o resto da família descansava no Faial para descobrir o Pico durante o dia, eu conhecia o meu guia e companheiros de viagem.
Às 2:00, na encosta da montanha, abandonamos os carros e iniciamos a subida empunhando lanternas.

Formando uma fila indiana de pirilampos, lá fomos furando a escuridão e o orvalho, rumo ao cimo da montanha. O grupo estava bastante animado e a subida passou num ápice. Uns do continente, outros dos açores, e 2 canadianos, que redescobriam as suas raízes açorianas, cruzaram os seus caminhos nesta viagem.

Luzes do Faial

Eram 5:20 quando atingimos o objectivo intermédio. Tínhamos chegado à caldeira no cimo da montanha. Estava um frio cortante e a maioria dos membros do grupo procurou refúgio nas várias cavernas, resultantes de antigos túneis de lava, que por ali proliferam. É nessas cavernas que é costume passar a noite, quando se sobe à montanha para ver o nascer o sol.

Sem sono, ainda cheio de energia, procurei um local para esperar o nascer do sol, acompanhado pelo guia, com quem tive uma conversa interessantíssima, sobre o escritor e guru espiritual indiano Osho, e sobre filosofias de vida em geral.

Aos poucos, a crescente claridade anunciava que o nascer do sol estaria para breve. Consegui então ver o "piquinho", a última etapa da subida, e também a mais difícil, feita literalmente de gatas.

"Piquinho"

Com a claridade, o manto branco de nuvens, que rodeava a montanha, tornou-se ainda mais belo.


E, num perfeito cenário de sonho, vimos o sol nascer quando já passavam das 6:00. Que visão... não há palavras, com significado suficientemente grandioso, que consigam descrever a infinita magia da natureza.




Já mais quentes, energisados pelos raios da estrela Sol, iniciámos a subida até ao "piquinho". 2351 metros, é a altura da montanha mais alta de Portugal. Lá em cima, o cenário tinha tanto de mágico como de surreal e, com o calor e o fumo das fumarolas, a montanha dizia-nos que estava viva. "É uma montanha jovem." - disse-me o guia várias vezes durante a viagem.
A visão no cimo da montanha ultrapassou qualquer expectativa que eu pudesse ter criado, extrapolou a recompensa do esforço, e será algo que irei recordar para sempre.

Literalmente em cima do Pico



Regressamos ao ponto de partida às 11:30 da manhã, depois de 9h e meia passadas na montanha! Foi das melhores coisas que fiz na vida.
Pelo caminho, encontrei mais um pedaço de mim, e ainda tenho bem vivo o momento em que, durante a descida, antes de passar para baixo do nível das nuvens, tive que me sentar para contemplar a lua, o céu azul celestial, o mar angélico de nuvens, e o verde vivo da montanha. Foi certamente uma experiência transcendente e, cada uma das pessoas do grupo, deverá ter trazido consigo algo diferente da montanha.

Marcos, mais modernos, que assinalam o trilho na montanha



Imagens espectaculares ficaram gravadas na minha retina para sempre, associadas a um incrível sentimento de estar vivo. Recomenda-se, com ***** .

Pico, visto do Faial

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Faial

Há locais onde, sem razão aparente, sentimos fortes energias, logo desde o momento da nossa chegada. A ilha do Faial é um desses locais.
Porquê?
Porque, para além da beleza natural que caracteriza a ilha, milhares de pessoas, dos quatro cantos do planeta, concentram os seus pensamentos e energias neste lugar.

Vista do Monte da Guia sobre o Porto Pim

A cidade da Horta, graças à sua posição estratégica, teve sempre uma enorme importância.
No início, a partir do séc. XVIII, como porto de escala de baleeiros e outras embarcações comerciais.
Depois com a chegada dos cabos telegráficos submarinos. O primeiro foi instalado em 1893, e ligava a Horta a Carcavelos, onde se conectava com outro vindo da Cornualha, Inglaterra.
Entretanto, as tecnologias foram evoluindo, até que os cabos foram ultrapassados. Vieram então os hidroaviões dos EUA, que faziam escala na Horta a caminho da Europa.
Também os hidroaviões acabaram por ser ultrapassados e, depois das embarcações comerciais, surgiram os iates de recreio, que ainda hoje fazem escala obrigatória na marina da Horta.

Forte de Santa Cruz, actualmente uma pousada

Igreja de São Salvador, na Horta

Praia do Almoxarife

Segundo a mitologia, o marinheiro que por aqui passar e se atrever a não pintar nas muralhas da marina ou porto da Horta, vai ter problemas no mar.
Assim, o basalto e o betão estão apinhados de pinturas, cada qual com uma história de personagens distintos, que um dia por aqui passaram, rumo à realização dos seus sonhos.



Ao caminhar pela marina, ao atravessar os testemunhos de tantos sonhos tornados realidade, aquele lugar vigiado pela montanha mágica do Pico, talvez um lugar comum à nossa dimensão, e à dimensão onde os sonhos nascem e as nossas almas habitam, foi uma prova de que vale a pena acreditar, que a luta pelos nossos sonhos não é, de todo, em vão.




Também mítico é o Peter Café Sport, com o seu famoso "gin tonic". Ir ao Faial e não visitar o Peter Café Sport, é pior do que ir a Roma e não ver o Papa! A revista Newsweek chegou mesmo a integrar o Peter Café Sport entre os melhores bares do mundo.

Peter Café Sport

Este café tornou-se numa paragem obrigatória para os velejadores que cruzam o Atlântico, e o seu falecido dono, José Azevedo, deixou amigos em todo o mundo. José Azevedo foi reconhecido inúmeras vezes pela sua amizade, apoio ao desenvolvimento do turismo na ilha, e tantos outros motivos, que chegaram até a ser citados em vários livros. Vale também a pena visitar o seu museu de scrimshaw (gravuras em osso de baleia), situado no piso superior do café.

Interior do Peter Café Sport

Scrimshaw

Famosa é também a curiosa fotografia tirada por José Azevedo, no dia 15 de Fevereiro de 1986, Sábado, entre as 12h e as 16h, altura da maior tempestade deste século nos Açores, em que o vento atingiu velocidades de cerca de 250Kms/h. As ondas atingiram alturas entre 15 e 20 metros, e a rebentação chegou a atingir os 60 metros.
Dois anos depois, querendo mostrar o acontecimento com mais facilidade aos iatistas, José Azevedo passou duas das fotografias de diapositivo a papel. Descobriu então que no momento em que tinha tirado uma delas, se tinha formado, na rebentação da onda, uma figura humana (cabelo, olhos, nariz, boca e barba), dando-lhe o nome de "Neptuno na Horta".
(in cartaz promocional da ilha do Faial)

"Neptuno na Horta"

Histórias e mitos à parte, viajar pela ilha do Faial, sempre com o Pico de vigia, foi mais uma viagem à descoberta do infinito poder da mãe Natureza.

O vulcão dos Capelinhos e a sua paisagem lunar, e a Caldeira, cratera do vulcão que originou a ilha, foram as paisagens que mais me marcaram.

Vulcão dos Capelinhos

Nem as inúmeras fotos da Caldeira, com as quais me cruzei desde a nossa chegada à ilha, foram suficientes para me preparar para o impacto ao vivo, que ainda me conseguiu arrancar um "Uooouuu!".

Caldeira

Não há foto alguma que consiga transmitir a beleza destas ilhas, com todo o seu esplendor. É preciso lá ir, para ver e sentir...

Caldeirinhas

Locais de interesse na ilha do Faial:

- Horta;
- Marina e porto da Horta;
- Porto Pim;
- Monte da Guia;
- Café Peter's e o museu de scrimshaw;
- Ponta da Espalamaca;
- Praia do Almoxarife;
- Praia do Norte;
- Ponta e vulcão dos Capelinhos;
- Caldeira.