sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Amesterdão

Dia de todos os Santos, uma ponte, dois dias de férias, e voilá, fim-de-semana prolongado na cidade dos xxx, das bicicletas, dos canais, das cofeeshops, das smartshops, das meninas nas montras, das fritures, do museu de Van Gogh, da casa de Rembrandt, da casa de Anne Frank, da cor-de-laranja, dos artistas de rua, e muita mistura de culturas: Amesterdão.

Se não me falha a memória, foi a quarta vez que visitei a capital da Holanda. Infelizmente, desta vez o tempo não esteve muito soalheiro, mas... férias são férias, e há que aproveitá-las até ao último minuto.

Último piso do parque de estacionamento, ao lado da Estação Central

Amesterdão é uma das minhas cidades preferidas. Até há bem pouco tempo afirmava que gostaria de lá viver, hoje escolheria outros locais, antes dela.

Vista do apartamento, que um amigo desencantou para a malta se acomodar

A enorme mistura de culturas, toda a movida turística, o cenário pitoresco e umas pitadas de loucura, são os ingredientes que me cativam. Já o clima podia ser um pouco melhor!

Muita vida nocturna

Embora as estadias não tenham sido grandes, de lá guardo memórias com muito carinho, passadas em diferentes fases da minha vida, na companhia de diferentes amigos.
A diversão foi sempre uma constante, algo que a cidade oferece com naturalidade.


Cultura é outro ingrediente abundante. Dos inúmeros museus que visitei, o Van Gogh Museum e, especialmente, o Tropical, são os que mais apreciei. E muitos outros ficaram por visitar!

Traseiras do Rijksmuseum

Praça Dam,
epicentro da cidade


A pé, de bicicleta, de barco, ou de tram, foi sempre agradável partir à descoberta dos seus recantos, e encantos.






Recomendo, vale bem a pena conhecer, nem que seja em dois, ou três dias.






quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Coisas simples

Diz-se que, só damos valor às coisas quando as perdemos.
Perder algo, implica que um dia o recebemos.
Receber, dá origem ao ter, que implica uma certa constante temporal, por mais breve que seja.
Ter algo que antes não tínhamos, transforma-nos.

Para dar valor, temos que perder.
Se damos, também temos que receber.
Então, é preciso perder, para receber, e dar o valor.

Estamos aqui, agora, neste preciso momento, a receber e a dar, em constante interacção com o Universo, em constantes trocas de energia, sob as mais diversas formas.
Fazemos parte da Natureza.
E, nela, nada se perde, tudo se transforma.

Estamos em constante aprendizagem, e a perda transforma-nos também, abre-nos os horizontes, para as coisas mais simples que se possam imaginar.
Toda a transformação, muda a nossa interacção.
Assim, o que perdemos, continuará a ter o valor que adquiriu quando o perdemos, e aquilo que ainda não recebemos, já recebeu o valor que perdemos.

A realidade é que, no fim, nunca perdemos, nem nunca recebemos, apenas transformamos, pois a Natureza é constante.

Só existe uma energia, e só ela importa.
Chama-se Amor.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Super máquinas

O parque automóvel argentino é bastante revelador das condições económicas do país.
Mais do que um luxo, ter um carro novo não é uma prioridade, nem um sonho fácil de realizar, para a grande generalidade do povo argentino.
Na Europa, apenas encontramos alguns destes carros nos museus. Mas, para os argentinos, são o meio de transporte diário.

A variedade é enorme, encontram-se máquinas para todos os gostos.
Alguns carros são mantidos com tal estima, que parecem acabados de sair da fábrica. Outros, quase perdem peças em andamento! Mas, estimados ou não, todos andam.





Até brilhava! Um brinquinho!!!


Algumas destas preciosidades obrigavam mesmo a parar, para serem apreciadas e tirar uma foto. Foi o caso deste bólide.
O dono até nos perguntou se as fotos eram para uma revista! Era um argentino muito castiço, todo admirado por encontrar dois portugueses por aquelas bandas, ainda para mais em trabalho! Imaginem a "boa" imagem que ele tinha do seu país... Claro que nem lhe dissemos que os portugueses também se queixam... ia parecer gozo, ou anedota!

Era mais velhinho do que eu.

E, segundo o dono castiço, dava mais de 140 Kms/h!

Este fez-me lembrar os tempos dos eléctricos no Porto.
Lembram-se da antiga estação de recolha dos carros eléctricos, onde está agora a Casa da Música?

Arranjava um destes para mim, mas pintava-o de outra cor!


Por falar em carros velhinhos...





Este andava mais devagar, mas também não consumia gasóleo, nem gasolina!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Parrillada, Dulce de Leche y Fernet

Para além do tango e do futebol, a Argentina é também famosa pela qualidade das suas carnes. Juntamente com o Uruguai, são os países com maior consumo de carne per capita. E, a julgar pela fisionomia dos argentinos, está mais que provado que a carne, por si só, não engorda!

A forma mais típica de comer carne na Argentina é a parrillada, ou asado. Simplificando, pode-se dizer que a parrillada será o equivalente ao nosso churrasco, servida ao estilo do rodízio, com diferentes variedades de carne, ou diferentes cortes como eles dizem, acompanhada de batatas fritas cobertas com ovos mexidos, salada e molho chimichurri, para dar mais paladar à carne.
O vegetarianismo não resistiu muito tempo e, ao fim de algum tempo, lá provei as iguarias locais. Sim, a carne argentina é mesmo muito boa.
Estranhamente, não servem picanha. Talvez seja toda para exportar, já que por cá é muito famosa! Desenganem-se, se pensarem que os argentinos a consomem e apreciam como nós.
Ao invés, as carnes que são mais apreciadas na parrillada, são o bife de chorizo, e o matambre.

Parrilla

Diferentes carnes da parrillada

Outra iguaria argentina muito típica é o dulce de leche, e os famosíssimos alfajores, espécie de sanduíche de bolachas, recheadas com doce de leite e cobertas com chocolate. Muito bom, mas um pouco enjoativo para o meu gosto.
É possível encontrar toda uma variedade de doces confeccionados com dulce de leche, para além, é claro, dos próprios frascos deste doce.

Também muito típico, especialmente em Córdoba, é o Fernet, servido com Cola.
Fernet é um tipo de Amaro (significa amargo em italiano), variedade de licor de ervas italiano, normalmente servido como digestivo.
Fernet-Branca é a marca mais famosa, produzida em Milão, a partir de mais de 40 ervas e especiarias.
Esta será provavelmente a bebida branca mais consumida em Córdoba. Devo dizer que tem um sabor horrível ao primeiro trago. Mas primeiro estranha-se, e depois entranha-se!

Publicidade antiga à marca Fernet-Branca

Fernet com Cola

Também muito consumidos são os gelados, os choripans (cachorros quentes) e os lomitos, parecidos com pregos em pão-de-leite, mas também com alface, tomate, queijo e ovo, acompanhados de batatas fritas, quando comidos no prato.

Lomito

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Argentina

Depois das férias, no final de Setembro, fui trabalhar 5 semanas para Córdoba, na Argentina, regressando quase no final de Outubro.

Foi a segunda vez que estive por aqueles lados. A primeira vez foi em Dezembro passado, de férias com a família e amigos, durante as quais conhecemos um pouco do Chile e da Argentina.
Depois de cruzarmos os Andes, no sentido Pacífico - Atlântico, viajamos por vários locais, entre Buenos Aires e Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, na Terra do Fogo, onde passamos o Natal.
Foram das melhores férias que passei até hoje. Googlem algumas fotos da Patagónia, e compreenderão o porquê.
Certamente irei repetir essa viagem, que depois partilharei devidamente por aqui, caso os bits do Life Trips ainda existam!




Mas em trabalho não há muito tempo para explorar, a não ser ao fim-de-semana, e sem grandes aventuras. Afinal de contas, a Argentina é um país com 3,700 Kms de comprimento, e aproximadamente 1,400 Kms de largura, nos seus valores máximos.


Córdoba é a segunda maior cidade do país, com pouco mais de 3 milhões de habitantes. É uma cidade muito jovem, graças ao elevado número de estudantes que por lá preparam o seu futuro.
Devo dizer que é uma cidade bastante segura, fazendo facilmente esquecer os relatos de violência da América Latina. Como já é hábito nestas andanças, andei muitas vezes sozinho, inclusive à noite, e nunca senti perigo.



Perigosa é a beleza das mulheres argentinas, e em especial das mulheres cordobesas, segundo me disseram por lá.
Sair à rua era como dar um passeio pelo paraíso. Nunca estive num lugar assim! Não sei se será gosto pessoal mas, nem as mulheres da Europa central conseguem igualar a beleza das mulheres argentinas.




Graças à inflação maluca do mercado argentino, mal saí do avião multipliquei, instantaneamente, o meu poder de compra por 4. Comprei lá o meu fato mais barato sempre, e não foi de uma marca qualquer!



Quanto ao clima, variou bastante, ora sol, ora dias cinzentos, ora chuva. Mas, nos últimos dias começou a aparecer o calor, anunciando a chegada do Verão.




Lá, as pessoas têm o característico espírito latino, extremamente aberto, relaxado e com muita simpatia, tendo-mo dado imenso prazer trabalhar com elas. De uma forma geral, estavam sempre animadas e sorridentes, acabando por contagiar o seu estado de espírito.


Dizem que não há duas sem três, espero que assim seja!